quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Eu sinto sua falta, mas tenho sentido saudades. A diferença é que a falta é contínua, rotineira. Nunca se vai e, temo dizer, nunca chegará a ir. Aprendi a lidar com ela, e hoje sei que é a única coisa que me traz para perto de você. Mas, com a saudade, é mais difícil de conviver. Com ela te trago. Para perto, como um dependente de nicotina que traga seu primeiro cigarro de anos. Vou tragando, vou trazendo. Como se nao fosse melhor esquecer, deixar de fumar, deixar de lembrar-te. Como se o tempo ja nao fosse o bastante para superar a dependência. Guardo em mim tudo o que me lembra você, guardo nessa caixa que ouso chamar de saudade, cada mínimo detalhe que me fez me apaixonar por voce. O verso dela me avisa: Cuidado. Mas prefiro não ler. Eu a abro, trago um pouco de voce, a fecho. E te trago, vou tragando, vou trazendo. Tragando até sair sangue o bastante de minha boca, até estar suficientemente doente para finalmente ter o pensamento voltado em mim mesma. Hoje, admito, pareco ter perdido o fogo para acender-te. E escrevo para não precisar. Escrevo rápido, escrevo mal, escrevo sem ler, escrevo sem corrigir, sem pensar em deixar meu texto respirar. Respirar, hoje, parece banalidade. Tanto para mim, como para minhas palavras que só pensam em sair.

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